terça-feira, abril 08, 2008


A coluna abaixo, foi escrita por Diogo Mainardi, e esclarece bem minha dúvida sobre o porquê, de uma pessoa sempre aparentemente tranquila como o Paulo Henrique Amorim, atacar de forma tão aspera o FHC, ainda mais depois de muito tempo do término de seu governo. A resposta você pode ler no lúcido texto de Mainardi abaixo. É triste ver a imprensa mais interessada em faturar do que relatar... Uma pena mesmo




"O contexto sobre a coluna de Paulo Henrique Amorim"

"Contexto é coisa de petista. Eu sou o homem dos valores absolutos. Meus princípios não mudam de acordo com as circunstâncias. Eles são sempre aborrecidamente iguais. O que era ruim no passado continua sendo ruim agora. Se o que caracteriza o petismo é o oportunismo moral, eu procuro ser o contrário. Reacionário? Vá lá: reacionário.
Minha última coluna, porém, tem de ser inserida num contexto, como diria Maria Victoria Benevides. Eu sei que é um exagero dedicar um artigo a um blogueiro desempregado como Paulo Henrique Amorim. Eu sei também que sou o George Romero da imprensa: minha coluna tem o poder de despertar os zumbis. Os mais assustadores cadáveres putrefatos do jornalismo nacional, enterrados uns anos atrás, podem ser grotescamente ressuscitados por mim. Basta citá-los num artigo.
O contexto da coluna sobre Paulo Henrique Amorim é fácil de explicar. Em setembro de 2006, eu disse que o portal iG estava contratando um bando de jornalistas na fase descendente de suas carreiras para fazer propaganda do governo. O presidente do iG, Caio Tulio Costa, conhecido no meio jornalístico como “lagartixa pré-histórica”, contestou meu artigo. Poucos meses depois, um de seus blogueiros saiu da tumba e virou ministro de Lula. E outros de seus blogueiros saíram da tumba e passaram a mentir descaradamente sobre mim na internet.
Mas foi muito pior do que isso: a coluna sobre o iG me rendeu dez processos. Repito com mais ênfase: dez processos. O iG é minha Igreja Universal. Fui processado por gigantes como a Brasil Telecom, a Previ, o Funcef e a Petros. E fui processado também pelos blogueiros Mino Carta e Paulo Henrique Amorim, que podem ser chamados de tudo, menos de gigantes. O resultado foi bom: ganhei todos os processos até agora. Mas deu um trabalho danado e custou caro.
Na semana passada, com a ajuda de um leitor, descobri que o blog de Paulo Henrique Amorim estava registrado com o CNPJ de um empresário ligado a Luiz Gushiken. Isso quer dizer que eles são mais do que simples amigos: são parceiros comerciais, são sócios. Um é proprietário do empreendimento do outro. Desde 2003, as várias correntes do petismo disputam o butim da telefonia brasileira. Muitos jornalistas se aliaram a uma ou outra corrente, a uma ou outra empresa. Luiz Gushiken e Paulo Henrique Amorim representam a corrente que perdeu. É nesse contexto que se insere minha coluna. Ela prova de maneira didática aquilo que eu venho repetindo há três anos: no petismo, o que conta não é a ideologia, e sim o CNPJ com que cada um está registrado."

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