terça-feira, julho 31, 2007


Pitacos finais do Pan.



Acabou...O Brasil se superou, disputamos uma emocionante segunda posição com Cuba, mas no final o terceiro lugar ficou de bom tamanho, e mostrou mais uma vez que se houvesse investimento para formação de atletas seríamos um potência olímpica, sem delongas vamos aos pitacos:
1) Parabéns ao Basquete masculino, venceu com autoridade Porto Rico na final, um jogo que devolve o orgulho do esporte no País, mas não podemos esquecer que estes mesmos times campeões panamericanos costumam sucumbir nos pré-olímpicos da vida. Portanto Murilo e C.I.A precisam colocar as medalhas na gaveta e correr atrás da vaga olímpica, e quem sabe assim o Basquete volte à ser o segundo esporte nacional, exceção à Franca onde o Basquete sempre foi o primeiro esporte da cidade. E quanto ao Basquete Feminino, deu para perceber que temos meninas de futuro, e fica aqui meus agradecimentos a Janeth, fez muito pelo Basquete, mesmo com todas trapalhadas de uma federação incompetente. Obrigado Janeth!!!!.
2) Saretta aproveitou a ausência dos figurões do tênis, e em um campeonato que muito lembrou a campanha do Fininho em Santo Domingo levou um ouro que também motiva a molecada a jogar tênis, e quem sabe surgir mais um Guga. Ainda no tênis foi ridícula a organização, será que ninguém podia prever que poderia chover? Os torcedores ficaram vendidos, e no final, o jogo acabou transferido para uma quadra onde não caberia todos torcedores, simplesmente ridículo.
3) Na maratona, que loucura foi aquela? Esse Franck Caldeira mostra que estamos bem servidos de maratonistas, e nem com padre Irlandês ele perderia prova, nos 15Km finais ele simplesmente engoliu o Guatemalteco, parabéns Franck!
4) Todas as medalhas de ouro tem uma história, muito sofrimento, muita luta, mas nenhuma foi mais merecida do que a medalha conquistada pelas meninas do futebol, que mesmo sendo vice campeãs olímpicas e bi-campeãs panamericanas, vivem marginalizadas não só pelo machismo de um país patriarca, mas também pela própria entidade que defende, Ricardo Teixeira e sua trupe deveriam olhar com mais carinho, pois estas meninas andam honrando o nome do País do futebol, bem mais do que os Barbados de bolsos fartos.
5) O presidente de vocês, desistiu de "pagar de gatinho" na festa de encerramento, segundo ele as vaias(merecidíssimas! Diego Hipólito de boca fechada você é um grande atleta!) na abertura nada tiveram à ver com isso, e deve ser verdade né?O homem está trabalhando muito.... Vamos deixar o homem trabalhar.
6) O Nuzman já está planejando as olimpíadas, mesmo o Pan, tendo custado três vezes mais que o planejado, sinal que o negócio foi lucrativo, resta saber em que bolso a grana entrou.
7) E para finalizar, como foi bom receber notícias do Rio que nada tinham a ver com balas perdidas, caveirões, drogas, violência, etc. Pena que o sonho acabou!

sexta-feira, julho 27, 2007


Não é o retorno de Yuri, que em breve dará o ar da graça. Mas se trata da visão Osvaldiana sobre o apagão aéreo!

Relaxem e...
(clique na imagem para ver em tamanho natural)

segunda-feira, julho 23, 2007


JJ-3054



Como disse minha amiga Eli, está mais do que na hora de mudarmos o nome do aeroporto de Congonhas para aeroporto de vergonhas! Com relação ao “acidente”, coloco entre aspas, pois acidente é algo imprevisto, algo fora do planejado, e o que houve em “Vergonhas” foi uma coletânea de incompetências. Não vou entrar no mérito técnico, só peço que vocês leiam a entrevista abaixo, pois creio que ela explica bem o quê está acontecendo com a aviação brasileira, não só ela, pois estamos cercados de casos médicos, políticos, e administrativos que refletem uma falta de competência absurda. Como disse o pai de uma das vítimas do vôo da Tam- “Não foi só meu filho que morreu, hoje morreu também este País!”. Portanto está mais do que na hora do brasileiro deixar de ser patriota somente quando o assunto é esporte,se quisermos salvar o Brasil, precisamos começar à mudar nossa postura.



A revista ISTO É publicou esta entrevista de Camilo Vannuchi. O entrevistado é Roberto Shinyashiki, médico psiquiatra, com Pós-Graduação em administração de empresas pela USP, consultor organizacional e conferencista de renome nacional e internacional."CUIDADO COM OS BURROS MOTIVADOS"Em "Heróis de Verdade", o escritor combate a supervalorização da aparência e diz que falta ao Brasil competência, e não auto-estima.


ISTOÉ -- Quem são os heróis de verdade?


Roberto Shinyashiki -- Nossa sociedade ensina que, para ser uma pessoa de sucesso, você precisa ser diretor de uma multinacional, ter carro importado, viajar de primeira classe. O mundo define que poucas pessoas deram certo. Isso é uma loucura. Para cada diretor de empresa, há milhares de funcionários que não chegaram a ser gerentes. E essas pessoas são tratadas como uma multidão de fracassados. Quando olha para a própria vida, a maioria se convence de que não valeu a pena porque não conseguiu ter o carro nem a casa maravilhosa. Para mim, é importante que o filho da moça que trabalha na minha casa possa se orgulhar da mãe. O mundo precisa de pessoas mais simples e transparentes. Heróis de verdade são aqueles que trabalham para realizar seus projetos de vida, e não para impressionar os outros. São pessoas que sabem pedir desculpas e admitir que erraram.


ISTOÉ -- O sr. citaria exemplos?


Shinyashiki -- Quando eu nasci, minha mãe era empregada doméstica e meu pai, órfão aos sete anos, empregado em uma farmácia. Morávamos em um bairro miserável em São Vicente (SP) chamado Vila Margarida. Eles são meus heróis. Conseguiram criar seus quatro filhos, que hoje estão bem. Acho lindo quando o Cafu põe uma camisa em que está escrito "100% Jardim Irene". É pena que a maior parte das pessoas esconda suas raízes. O resultado é um mundo vítima da depressão, doença que acomete hoje 10% da população americana. Em países como Japão, Suécia e Noruega, há mais suicídio do que homicídio. Por que tanta gente se mata? Parte da culpa está na depressão das aparências, que acomete a mulher que, embora não ame mais o marido, mantém o casamento, ou o homem que passa décadas em um emprego que não o faz se sentir realizado, mas o faz se sentir seguro.


ISTOÉ -- Qual o resultado disso?


Shinyashiki -- Paranóia e depressão cada vez mais precoces. O pai quer preparar o filho para o futuro e mete o menino em aulas de inglês,informática e mandarim. Aos nove ou dez anos a depressão aparece. A única coisa que prepara uma criança para o futuro é ela poder ser criança. Com a desculpa de repará-los para o futuro, os malucos dos pais estão roubando a infância dos filhos. Essas crianças serão adultos inseguros e terão discursos hipócritas. Aliás, a hipocrisia já predomina no mundo corporativo.


ISTOÉ - Por quê?


Shinyashiki -- O mundo corporativo virou um mundo de faz-de-conta, a começar pelo processo de recrutamento. É contratado o sujeito com mais marketing pessoal. As corporações valorizam mais auto-estima do que a competência.Sou presidente da Editora Gente e entrevistei uma moça que respondia todas as minhas perguntas com uma ou duas palavras. Disse que ela não parecia demonstrar interesse. Ela me respondeu estar muito interessada, mas, como falava pouco, pediu que eu pesasse o desempenho dela, e não a conversa. Até porque ela era candidata a um emprego na contabilidade, e não de relações públicas. Contratei-a na hora. Num processo clássico de seleção, ela não passaria da primeira etapa.


ISTOÉ -- Há um script estabelecido?


Shinyashiki -- Sim. Quer ver uma pergunta estúpida feita por um presidente de multinacional no programa O aprendiz? "Qual é seu defeito?" Todos respondem que o defeito é não pensar na vida pessoal: "Eu mergulho de cabeça na empresa. Preciso aprender a relaxar". É exatamente o que o Chefe quer escutar. Por que você acha que nunca alguém respondeu ser desorganizado ou esquecido? É contratado quem é bom em conversar, em fingir. Da mesma forma,na maioria das vezes, são promovidos aqueles que fazem o jogo do poder. O vice-presidente de uma das maiores empresas do planeta me disse: "Sabe,Roberto, ninguém chega à vice-presidência sem mentir". Isso significa que quem fala a verdade não chega a diretor?


ISTOÉ -- Temos um modelo de gestão que premia pessoas mal preparadas?


Shinyashiki -- Ele cria pessoas arrogantes, que não têm a humildade de sepreparar, que não têm capacidade de ler um livro até o fim e não se preocupam com o conhecimento. Muitas equipes precisam de motivação, mas o maior problema no Brasil é competência. Cuidado com os burros motivados. Há muita gente motivada fazendo besteira. Não adianta você assumir uma função para a qual não está preparado. Fui cirurgião e me orgulho de nunca um paciente ter morrido na minha mão. Mas tenho a humildade de reconhecer que isso nunca aconteceu graças a meus chefes, que foram sábios em não me dar um caso para o qual eu não estava preparado. Hoje, o garoto sai da faculdade achando que sabe fazer uma neurocirurgia. O Brasil se tornou incompetente e não acordou para isso.


ISTOÉ -- Está sobrando auto-estima?


Shinyashiki -- Falta às pessoas a verdadeira auto-estima. Se eu preciso que os outros digam que sou o melhor, minha auto-estima está baixa. Antes, o ter conseguia substituir o ser. O cara mal-educado dava uma gorjeta alta para conquistar o respeito do garçom. Hoje, como as pessoas não conseguem nem ser nem ter, o objetivo de vida se tornou parecer. As pessoas parecem que sabem, parecem que fazem, parecem que acreditam. E poucos são humildes para confessar que não sabem. Há muitas mulheres solitárias no Brasil que preferem dizer que é melhor assim. Embora a auto-estima esteja baixa, fazem pose de que está tudo bem.


ISTOÉ -- Por que nos deixamos levar por essa necessidade de sermos perfeito sem tudo e de valorizar a aparência?


Shinyashiki -- Isso vem do vazio que sentimos. A gente continua valorizando os heróis. Quem vai salvar o Brasil? O Lula. Quem vai salvar o time? O técnico. Quem vai salvar meu casamento? O terapeuta. O problema é que eles não vão salvar nada! Tive um professor de filosofia que dizia: "Quando você quiser entender a essência do ser humano, imagine a rainha Elizabeth com uma crise de diarréia durante um jantar no Palácio de Buckingham". Pode parecer incrível, mas a rainha Elizabeth também tem diarréia. Ela certamente já teve dor de dente, já chorou de tristeza, já fez coisas que não deram certo. Agente tem de parar de procurar super-heróis. Porque se o super-herói não segura a onda, todo mundo o considera um fracassado.


ISTOÉ -- O conceito muda quando a expectativa não se comprova?


Shinyashiki -- Exatamente. A gente não é super-herói nem superfracassado. Agente acerta, erra, tem dias de alegria e dias de tristeza. Não há nada de errado nisso. Hoje, as pessoas estão questionando o Lula em parte porque acreditavam que ele fosse mudar suas vidas e se decepcionaram. A crise será positiva se elas entenderem que a responsabilidade pela própria vida é delas.


ISTOÉ -- Muitas pessoas acham que é fácil para o Roberto Shinyashiki dizer essas coisas, já que ele é bem-sucedido. O senhor tem defeitos?


Shinyashiki -- Tenho minhas angústias e inseguranças. Mas aceitá-las faz minha vida fluir facilmente. Há várias coisas que eu queria e não consegui.Jogar na Seleção Brasileira, tocar nos Beatles (risos). Meu filho mais velho nasceu com uma doença cerebral e hoje tem 25 anos. Com uma criança especial, eu aprendi que ou eu a amo do jeito que ela é ou vou massacrá-la o resto da vida para ser o filho que eu gostaria que fosse. Quando olho para trás,vejo que 60% das coisas que fiz deram certo. O resto foram apostas e erros. Dia desses apostei na edição de um livro que não deu certo. Um amigão me perguntou: "Quem decidiu publicar esse livro?" Eu respondi que tinha sido eu. O erro foi meu. Não preciso mentir.


ISTOÉ - Como as pessoas podem se livrar dessa tirania da aparência?


Shinyashiki -- O primeiro passo é pensar nas coisas que fazem as pessoas cederem a essa tirania e tentar evitá-las. São três fraquezas. A primeira é precisar de aplauso, a segunda é precisar se sentir amada e a terceira é buscar segurança. Os Beatles foram recusados por gravadoras e nem por isso desistiram. Hoje, o erro das escolas de música é definir o estilo do aluno. Elas ensinam a tocar como o Steve Vai, o B.B. King ou o Keith Richards. Os MBAs têm o mesmo problema: ensinam os alunos a serem covers do Bill Gates. O que as escolas deveriam fazer é ajudar o aluno a desenvolver suas próprias potencialidades.


ISTOÉ -- Muitas pessoas têm buscado sonhos que não são seus?


Shinyashiki -- A sociedade quer definir o que é certo. São quatro loucuras da sociedade. A primeira é instituir que todos têm de ter sucesso, como se ele não tivesse significados individuais. A segunda loucura é: você tem de estar feliz todos os dias. A terceira é: você tem que comprar tudo o que puder. O resultado é esse consumismo absurdo. Por fim, a quarta loucura: você tem de fazer as coisas do jeito certo. Jeito certo não existe. Não há um caminho único para se fazer as coisas. As metas são interessantes para o sucesso, mas não para a felicidade. Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito. Tem gente que diz que não será feliz enquanto não casar, enquanto outros se dizem infelizes justamente por causa do casamento. Você pode ser feliz tomando sorvete, ficando em casa com a família ou com amigos verdadeiros, levando os filhos para brincar ou indo à praia ou ao cinema. Quando era recém-formado em São Paulo, trabalhei em um hospital de pacientes terminais. Todos os dias morriam nove ou dez pacientes. Eu sempre procurei conversar com eles na hora da morte. A maior parte pega o médico pela camisa e diz: "Doutor, não me deixe morrer. Eu me sacrifiquei a vida inteira, agora eu quero aproveitá-la e ser feliz". Eu sentia uma dor enorme por não poder fazer nada. Ali eu aprendi que a felicidade é feita de coisas pequenas. Ninguém na hora da morte diz se arrepender por não ter aplicado o dinheiro em imóveis ou ações, mas sim de ter esperado muito tempo ou perdido várias oportunidades para aproveitar a vida.

segunda-feira, julho 16, 2007


Pitacos da copa América e do Pan.



Fim de semana agitado, começou o Panamericano mais uma vez o Corinthians não venceu o São Paulo, e rolou a final da Copa América, vamos aos pitacos:
1) A coisa mais esdrúxula do Pan, além do teto que voou, e da passagem da Vila Olímpica que afundou, fora as outras arenas moldadas a fita crepe e durepox, sem dúvida foi a fulana do levantamento de peso, se machucar na comemoração, e ainda sair carregada gritando Brasil, é uma das coisas mais ridículas que eu já vi. Detalhe: Ela não ganhou medalha alguma.
2) Outra coisa que não consigo entender é por que a “chama” Panamericana tem de vir do México? A chama olímpica com razão vem da Grécia, onde tudo se originou, existe uma simbologia, é algo com fundamento, agora essa história do México é muito tosca, na América latina não existe berço dos jogos, a única referência é Grega, portanto que se acenda a tocha com magiclick, e que acabe com toda picaretagem.
3) Falando em picaretagem, Nusman, preste contas de tudo que foi investido nestes jogos.
4) Falando de Copa América, o Brasil venceu, mostrou a força, e calou vários críticos, cale-se Flavio Prado, cale-se Wanderley Nogueira, o Brasil jogou bem, parem de babar no saco dos argentinos, Mineiro e Josué anularam Riquelme e Messi, futebol se ganha em campo,e o Brasil jogou muito, até o Doni que eu mesmo tenho restrições, devo admitir, jogou muito contra Uruguai e Argentina, e merece todos elogios.
5) Detalhe aos membros da imprensa esportiva, principalmente os dois citados acima. O Dunga, que conheço pessoalmente, trouxe novamente a dignidade à seleção, trabalhou junto com Jorginho sempre com seriedade, mostrando respeito a suas profissões. No programa Mesa Redonda não deram o braço a torcer, parem de criticar pessoas sérias, enfim existe alguém devolvendo a dignidade a seleção brasileira. Chora Flavio, chora Wanderley, criticas são boas quando tem fundamento, pois os badalados da sub-20 não seguiram em frente, no futebol o que vale, é seriedade e profissionalismo e isso Dunga e Jorginho tem de sobra.