segunda-feira, julho 25, 2016

A tocha na dos outros é refresco

As vésperas das Olimpíadas no Rio de Janeiro não posso deixar de registrar minha decepção com a forma como o Brasil continua a reforçar seus contrastes, realizando o maior evento esportivo do mundo quando o estado que vai abrigar o evento declara toda sua incapacidade em atender sua população em saúde e segurança (Não é só o Rio que fique bem claro). E muito se fala em legado... Vamos lá:
Legado 1- Ciclovia Tim Maia (Como se algum dia na vida o Tim Maia andou de bicicleta. Quem foi o idiota que pensou no nome do Tim para uma ciclovia?) na certa foi o mesmo que assinou o projeto ridículo responsável pelas mortes. Um absurdo e o primeiro indício que a Olimpíada não é do povo e sim das empreiteiras.
Legado 2- Vila Olímpica, outra “obra” no melhor estilo jeitinho brasileiro, pois a delegação da Austrália teve de ir para um hotel, pois havia fios desencapados, vazamentos de água e gás, falta de portas e pias, enfim: Nas coxas...Por fora balangandam, por dentro mulambo só. Mesmo “legado”do Pan onde os moradores que compraram as unidades da vila pan-americana hoje sofrem com a falta de qualidade e má execução das obras, até mesmo a topografia do terreno era inadequada para o tipo de empreendimento.
Legado 3- Despoluição da Baía de Guanabara (Mentira!). Nada vai ser despoluído... Promessa de campanha e os iatistas, canoístas e mais outros istas que coloquem imagens de seus santos protetores nas embarcações e tomem um belo banho ao concluir a prova, para evitar algum tipo de contaminação.
Com o passar dos dias mais coisas virão à tona assim como os pneus e as garrafas pet e o projeto olímpico sério, que deveria visar a formação de atletas e as estruturas das federações, vai ficar nas cinzas da tocha de uma olimpíada do favorecimento de poucos e vamos continuar a viver de gerações espontâneas de atletas como foi um Guga, um Senna, um Cielo, um Zanetti... Todo esse dinheiro gasto e no bolso de poucos, poderia fazer do Brasil uma potência esportiva, além de uma solução para nossos problemas sociais, mas o maior legado será a continuidade das gerações espontâneas se os raios caírem novamente no mesmo lugar. Triste.

Um brasileiro com sotaque inglês

Vendo a corrida de hoje refleti muito sobre certo tema, pois sempre achei que muitas declarações do Hamilton sobre o Brasil fosse marketing, política de boa vizinhança, mas ao ver seu capacete com a imagem do Cristo em um GP na Hungria (Ok tem a Olimpíadas...) achei espontâneo demais, senti que ele realmente adora o Brasil e idolatra a memória de Ayrton como nossos pilotos nunca idolatraram. E foi isso que me fez descobrir o porquê me ponho à frente da TV para torcer por ele, pois esse inglês representa hoje o que tem de mais brasileiro na F1, pelo menos aquele Brasil que acostumamos ver nas manhãs de domingo (Pelo menos o pessoal da minha idade.). Está certo que fora das pistas ele em nada lembra o Senna, mas dentro da pista é hoje o piloto que mais traços carrega de nosso antigo ídolo, tem um jeito de tocar o bólido que difere dos outros, foi um cara que encarou o “professor” Alonso de igual pra igual em seu primeiro ano e nas disputas atuais contra o bom Rosberg por vezes força o alemão a coloca-lo para fora da pista, um ato claro de frustração e desespero por não conseguir andar na frente do talentoso inglês, tal como Prost nas décadas de 80/90. Lewis representa hoje não só a Inglaterra quando baixa sua viseira e aperta o pedal da direita, mas também nos representa, nos faz lembrar de Senna o ídolo que ele nunca se cansa de lembrar.
Obrigado Lewis!

Obs:. Está na hora da rede Globo começar a considerar tocar o tema da vitória para as  bandeiradas deste inglês... Inglês? To be, or not
to be!