sexta-feira, fevereiro 29, 2008


O prêmio maior da sexta Esdrúxula, vai para este corinthiano, por que afinal de contas, corinthiano com consciência é algo muito esdrúxulo.

Clique na imagem para enxergar melhor.

Aproveitando a ocasião gostaria de falar sobre os gritos de torcida, sem dúvida a maioria é muito esdrúxula, salve um ou outro, a maioria é muito fraquinha, falta criatividade e mais um monte de coisas para as “organizadas”. O exemplo mais gritante é da torcida do Santos. Pô os caras gritam:
– “Peiiiiiiiiiiiixxxxxeeeeeeee!Peiiiiiiiiiiixxxeeeeeee!Peiiiiiiiiiiiixxxxxeeeee!
E no campo o mascote é uma baleia Orca! Gente baleia é um mamífero! O certo seria gritar:
- Cetáááááááceosssssssss!Cetááááááááceosssssssss!Cetáááááááááceossssss!
Torcidas do meu Brasil, vamos ser mais criativos, e o primordial...Sem violência! Esporte é alegria , não guerra!

segunda-feira, fevereiro 25, 2008


Por:Osvaldo Ruy Junior


Parte 2


Ao chegar em casa Atadolfo esperava ter o sossego que lhe faltara no escritório, mas infelizmente o quadro não se alterava, no lugar das cobranças de seu chefe, ouvia as cobranças da mulher, que muitas vezes não conseguia enxergar as dificuldades de um Paulistano em levar dignidade para ele e sua família. Seu único motivo de alegria era ver seus filhos, mas a ilusória sensação se esvaia ao ouvir os mesmos pela porta entre aberta do quarto se queixando da falta de um vídeo game de última geração, nosso pobre cidadão ás vezes nem chegava a entrar no quarto, e já seguia para seu banho, era muito duro ralar tanto, ouvir muito, e no final do mês não ter o direito de gozar com as pessoas que amava o suor de sua labuta. A cada decepção, a cada dia difícil sua alma secava, seu orgulho combalia, nem no futebol Atadolfo conseguia ser feliz, seu time o Corinthians, seguia a passos firmes para a segunda divisão, certa vez chegou a chorar ao ver seu Timão sucumbir em pleno Pacaembu, tentou esconder o choro de seus filhos, não queria que os pimpolhos enxergassem fraqueza em seu progenitor. Quase em desespero soltou o grito –“Vai curintiá!”
Os dias seguiam aumentando a “Ode de Agonia”, tal qual a Triunfal, uma rotina de sensações, estímulos visuais, e sonoros, certo dia foi assaltado na lotação, foram minutos de muita tensão, e no final Atadolfo não sabia se achava aquilo bom ou ruim, afinal aquele fato mesmo medonho com risco de morte, havia por certo tempo alterado sua rotina, mas quando o sangue esfriou a imagem do terror impedia o pobre de querer repetir a dose, e a adrenalina deu lugar ao medo, já não se sentia mais seguro na cidade, e o medo não se restringia a ele, mas também que algo terrível pudesse assolar seus filhos.
A três dias de seu derradeiro pulo, o metropolitano personagem, multiplicava suas angustias, algo estava fora da ordem, fora de controle, ele não controlava mais a sua vida, e sim, era controlado pela cidade, ela estava no comando, e a única coisa que passava em sua cabeça era o desejo de voar, desejo este que nutria desde a infância, mas fora obrigado a abdicar do sonho de ser piloto para cumprir com seu dever, pois havia engravidado sua então namorada e hoje esposa. Sua vida á partir daquele momento tomou outro rumo, voar já não era mais algo ao seu alcance, tinha toda responsabilidade do mundo em suas costas, e diga-se de passagem se saiu bem criando mulher e filhos, mas a cidade é implacável, ela cobra seu preço, te sustenta, te da estabilidade, mas te consome, dia á dia as pessoas se respeitam cada vez menos, manipuladas por esta vilã de concreto, ela joga com as pessoas exigindo delas um egoísmo burro, a ponto de um dia antes de seu último pulo, descobrir que sua esposa havia mudado, e além de negar-lhe amor, ainda dividia o mesmo com seu melhor amigo, a dupla traição de inicio causou-lhe repulsa e indignação, mas posteriormente já anestesiado com tudo que vivera, não teve reação, estava entregue, não conseguia formular nenhuma linha de raciocínio.
Enfim o dia de seu pulo... Ah que dia, acordou com enxaqueca, o café estava muito doce, aquilo pela manhã já o irritava enormemente, na rua os mesmos problemas com a condução, ao chegar perto do ponto viu seu ônibus seguir seu trajeto, agora seriam mais meia hora para passar o próximo coletivo, e sem dúvida muito mais lotado, mais uma vez chegou atrasado no escritório, dia quente, o barulho do velho ventilador TEC...TEC...VRUMMM...TEC...TEC...TEC...VRUMMMM, eram como hipnose bombardeando o cérebro de Atadolfo com imagens, ele já não respondia por seus atos, estava em outro tempo, em outro lugar, bloqueando tudo e todos, só existia alguns estímulos, o pobre homem havia voltado ao primeiro estágio da evolução humana, e ao terminar o expediente, mal levou suas coisas, esquecendo chaves de casa e seu guarda chuva, ao entrar no metrô viu um cartaz de um homem com asas, e naquele momento, exatamente naquele momento, Atadolfo descobriu... Ele também podia voar, sim por que não? Se realmente acredita-se poderia voar! Seu sonho de infância iria se realizar, ele finalmente iria voar!
O restante da história vocês já conhecem, Atadolfo subiu em um prédio e pulou...Pulou não por querer dar cabo a sua vida, pulou por acreditar que pelo menos uma vez em sua vida poderia realizar seus sonhos, atordoado por um sistema brutal, limitando seu raciocínio. Nosso personagem sucumbiu, não resistiu ás exigências de um mundo cada dia mais frenético, e tão competitivo que desafia o bom senso e o respeito ao ser humano. Estamos chegando ao limite, ele não pulou por um dia difícil, mas sim, pelo fato de a cada dia uma gota cair no copo, soando assim como o barulho do ventilador: TEC...TEC...TEC, e certo dia transbordou, neste dia Atadolfo voou, mas como diria Douglas Adams, a arte de voar consiste em pular e errar o chão, mas como sabemos não foi o caso.
Podemos voar, basta em nossas mentes estarmos ativos, e dispostos a isso, mas não voar no literal, e sim voar em nossas almas, somos ilimitados naquilo que acreditamos, transforme sua vida, lute pelos seus sonhos, não julgue e nem sucumba como fez Atadolfo. Pratique respeito, tolerância, e solidariedade no seu dia á dia, e nunca deixe de sonhar. Agindo assim você irá alçar vôos menos breves que o do pobre Atadolfo.

FIM

Given To Fly (tradução)

Capaz de voar

Pearl Jam
Composição: Pearl Jam


Ele poderia ter se acertado, acertado, mas ele não se acertou

Tempos difíceis, nada poderia salvá-lo

Sozinho num corredor, esperando, trancado

Ele saiu de lá, correu por centenas de milhas

Foi até o oceano

Fumou em uma árvore

O vento se levantou, colocando-o de joelhos

Uma onda surgiu quebrando como um murro no queixo

Entregando-lhe asas, "Ei, olhe para mim agora..."

Braços bem abertos tendo o mar como chão

Oh, oh, ohhh...


Ele está.. voando!

Woah!Inteiro! Woah! Oh...


Ele flutuou de volta para baixo porque queria compartilhar

sua chave para os cadeados nas correntes que ele viu em toda parte

Mas primeiro ele foi despido, e então foi ofendido

Por homens descarados, bem... Ele ainda está de pé.

E ele ainda entrega seu amor, ele simplesmente o entrega

O amor que ele recebe é o amor que está salvo

E às vezes é visto um ponto estranho no céu

Um ser humano que é capaz de voar


Voando! Woah...

Inteiro! Voando! Woah...

Voando Woah...

Oh Woah...

segunda-feira, fevereiro 18, 2008







Por:Osvaldo Ruy Junior


Parte 1


Prédio alto, 26 andares, o vento sussurra como encanto de sereia nos ouvidos de Atadolfo, ao olhar para baixo a vertigem é evidente, mesmo assim este pobre cidadão paulistano sobe no parapeito, abre os braços e ao som da “canção” dá o impulso necessário para o último salto de sua vida. Nos jornais a manchete é a mesma, por que Atadolfo pulou? Por que abdicou de sua vida sem mais nem menos? Estava empregado tinha filhos, família. Como pode alguém com uma situação tão tranqüila dar cabo de sua vida? Entrevistaram a viúva, fizeram sensacionalismo, entrevistas com psicólogos, todo aquele teatro de vampiros, enquanto o caso de Atadolfo ainda era notícia, até esfriar o corpo e cadáveres frescos substituírem sua foto na capa dos noticiários. Mas realmente, qual seria o motivo, sem demagogia, sem sensacionalismo? Para descobrir a verdade, só mesmo seguindo os últimos passos da vida de Atadolfo.

1 semana atrás

Manhã chuvosa na capital, Atadolfo seguia para o escritório, como sempre a combinação povo burro + transporte público caótico deixavam o pobre funcionário em cacarecos, os vidros fechados do coletivo, o povo grudado as suas células, o pobre nem conseguia olhar de soslaio, desceu um ponto antes, pois não agüentava mais aquela situação sufocante, lhe faltava o ar, aquilo era a realidade de um cotidiano que a muito lhe pesara a fronte, seguiu mesmo com a chuva torrencial marcando seu corpo carcomido de civilização, de poça em poça, seu pé se transformava em um maracujá de gaveta, o que mantinha seu corpo aquecido era o ódio por tudo que tinha de passar no maçante dia-dia da metrópole, mais duas conduções e estaria finalmente em seu local de trabalho, um escritório apertado, cheirando a mofo, e com ar condicionado quebrado, seu chefe tinha uma teoria interessante que se baseava na seguinte frase:
-“Eu acerto, nós estamos resolvendo, e Atadolfo para variar errou de novo!”
Sua vida profissional era uma constante guerra de nervos, por mais que ama-se seu ganha pão, nada justificava todos os sapos que engolia, as pessoas que passavam a maior parte do tempo com aquele cidadão, o tinha como um otário e sempre que possível jogavam suas culpas nos ombros do pobre Atadolfo, o ambiente era sufocante, as condições eram precárias, e as constantes ameaças de demissão só aumentavam a tensão no ambiente de trabalho. No horário de almoço seu vale não cobria o mês inteiro, precisando ele, “pendurar” a metade do mês no boteco fétido onde almoçava, vivia de picadinho praticamente o mês inteiro, como o restaurante era um pouco afastado não era novidade chegar um pouco atrasado para a etapa crepuscular de sua labuta, quase sempre levando broncas Homéricas de seu asqueroso chefe. Esse era seu cotidiano, e como tinha família, e uma acentuada quantia de dívidas engolia tudo e arrotava para dentro tentando assimilar da melhor maneira possível à digestão de injúrias contínuas. As tardes eram longas, cada vez mais se sentia amarrado, algo estava fora da ordem, mas como? Sua vida era uma rotina aritmética, não havia espaços para desordem, mesmo assim se sentia longe de tudo, de seus sonhos, de seus ideais, a cada dia a vida lhe afastava mais e mais de sua felicidade...


CONTINUA...

quinta-feira, fevereiro 14, 2008


Obrigado Guga!


Em sua despedida no Aberto do Brasil, na Costa do Sauípe, Gustavo Kuerten chorou e pediu desculpas por não poder mais dar “alegria” ao público brasileiro. Desculpas? Guga meu caro, você não tem o direito de pedir desculpas! Você tem é que ser reverenciado por levar o nome do Brasil para o topo do Ranking da ATP. Nós que pedimos desculpas, por muitas vezes termos duvidado de seus resultados ( Não é Chico Lang?) Ninguém vence Roland Garros três vezes a toa. Você foi correto e maiúsculo em toda sua carreira, hoje me sinto triste, pois sei que o quadril te venceu. Mas você é, e será por muito tempo o maior tenista brasileiro, referência para uma juventude que quer vencer no esporte. Portanto Guga, obrigado por tudo, obrigado pelas partidas emocionantes, obrigado pela alegria, e o mais importante...Obrigado por dar dignidade a esse País tão carente de conduta reta, e manchado pela corrupção. Aliás Guga...Deixe as desculpas a quem compete, não é Srs. de Brasília?

sexta-feira, fevereiro 08, 2008


Pitacos da seleção


Estava achando exageradas as críticas contra o técnico Dunga, mas depois do amistoso contra os “cinturas duras” dos Irlandeses, estou mudando meu conceito.

1- Convocar Bobô... Francamente, o próximo passo é convocar o Cone, e um Pneu para pendurar no gol.
2- Se o ideal era testar jogadores para olimpíada, por que os mesmos ficaram no banco a maior parte do jogo?
3- Leo Moura como lateral direito? Ele tem idade olímpica? Se não, será que não tem ninguém melhor? Ele tomou um corte no segundo tempo que quase saiu do fardamento, e isso de um “cintura dura”.
Dunga você estava indo bem, mas acho que está na hora de mudar de anão. Quem sabe o Feliz não deixa nosso futebol mais divertido? Porque a sua seleção está virando piada de mal gosto!

Top 10 Esdrúxulo SP


Com uma semaninha de atraso, está pronto o ranking com as 10 coisas mais esdrúxulas da capital cosmopolita, e posso dizer que deu muito trabalho escolher 10, pois Sampa é uma fábrica de “esdruxuliçe”. Agradeço á todos pela contribuição, e segue abaixo em forma decrescente os eleitos:

10- Poluição do ar (O visual “marrom” do céu Paulistano nos deixa com um sorriso amarelo, e verdes de raiva.)

09- Ter como vereador Agnaldo Timóteo (Sem maiores comentários.)

08- Vida noturna ( Na capital rola de tudo, do mais tradicional, ao mais ridículo.)

07- Edifício Copan ( Uma cidade em forma de condomínio, criada por Oscar Niemeyer, pessoas de todos os tipos residem lá, a explosão etimológica do lugar é única.)

06- As pessoas ( São Paulo é uma fábrica de fazer loucos, muitas religiões, muitas culturas diferentes, e muito fulano maluco, certo dia no metrô um cidadão entrou e ao olhar para pessoas ele falava alto quem elas pareciam, olhava para um e dizia: -“Diz ai Clovis Bornay! Belê?”. Outro na porta do metrô Santana vendia informações por R$0,50, e por ai vai, é só andar pela cidade e logo aparece um louquinho, ou esquisito, ou tudo junto.)

05- O bolo do Bixiga ( Todo aniversário da cidade eles fazem o bolo, o povo se acotovela, e em poucos segundos a multidão que parece vinda da Somália é capaz de enfiar pedaços de bolo até nos bolsos, tosqueira total.)

04- Daslu (Sacoleira de luxo, sem maiores comentários.)

03- Trânsito (Este item era pule de 10, são rodízios, faixas exclusivas, muita barbeiragem, transporte público caótico, desrespeito... Enfim, só quem mora na capital sabe o que é uma Radial Leste.)

02- Metrô ( Segundo recente matéria, é o metrô mais lotado do mundo, a cena da estação Sé as 17:40, chega á ser Dantesca, o próprio purgatório!)

01- Marta Suplicy e Supla ( O filho é esdrúxulo por natureza, e a mãe é campeã em atos e frases infelizes.)

Espero que o ranking tenha agradado a Gregos, Troianos, e Paulistanos, caso não concordem é só me indicar mais coisas esdrúxulas na cidade. Caso demore a sair outro ranking...”Relaxa e goza”!