As vésperas das Olimpíadas no Rio de Janeiro não posso
deixar de registrar minha decepção com a forma como o Brasil continua a
reforçar seus contrastes, realizando o maior evento esportivo do mundo quando o
estado que vai abrigar o evento declara toda sua incapacidade em atender sua
população em saúde e segurança (Não é só o Rio que fique bem claro). E muito se
fala em legado... Vamos lá:
Legado 1- Ciclovia Tim Maia (Como se algum dia na vida o Tim
Maia andou de bicicleta. Quem foi o idiota que pensou no nome do Tim para uma
ciclovia?) na certa foi o mesmo que assinou o projeto ridículo responsável
pelas mortes. Um absurdo e o primeiro indício que a Olimpíada não é do povo e
sim das empreiteiras.
Legado 2- Vila Olímpica, outra “obra” no melhor estilo
jeitinho brasileiro, pois a delegação da Austrália teve de ir para um hotel,
pois havia fios desencapados, vazamentos de água e gás, falta de portas e pias,
enfim: Nas coxas...Por fora balangandam, por dentro mulambo só. Mesmo “legado”do
Pan onde os moradores que compraram as unidades da vila pan-americana hoje
sofrem com a falta de qualidade e má execução das obras, até mesmo a topografia
do terreno era inadequada para o tipo de empreendimento.
Legado 3- Despoluição da Baía de Guanabara (Mentira!). Nada
vai ser despoluído... Promessa de campanha e os iatistas, canoístas e mais
outros istas que coloquem imagens de seus santos protetores nas embarcações e
tomem um belo banho ao concluir a prova, para evitar algum tipo de
contaminação.
Com o passar dos dias mais coisas virão à tona assim como os
pneus e as garrafas pet e o projeto olímpico sério, que deveria visar a
formação de atletas e as estruturas das federações, vai ficar nas cinzas da
tocha de uma olimpíada do favorecimento de poucos e vamos continuar a viver de
gerações espontâneas de atletas como foi um Guga, um Senna, um Cielo, um
Zanetti... Todo esse dinheiro gasto e no bolso de poucos, poderia fazer do
Brasil uma potência esportiva, além de uma solução para nossos problemas
sociais, mas o maior legado será a continuidade das
gerações espontâneas se os raios caírem novamente no mesmo lugar. Triste.